terça-feira, 11 de agosto de 2009

No lugar errado

Retinha-me longe de Vós aquilo que não existira se não existisse em Vós – Santo Agostinho

Antes de ser o santo Agostinho, o rapaz foi fogo. Acho uma graça quando ele reza: “Senhor, dá-me a graça da pureza, não pra hoje.” Agostinho entendeu o que tantas vezes é a minha inquietação. É muito difícil aceitar que basta Deus e que as outras coisas se ajeitam ao redor disso. Para os que não acreditam em Deus, é difícil aceitar que a felicidade, realização, o algo mais, enfim, aquela busca que parece não ter fim se encerra dentro de si mesmo. No castelo interior. Lugarzinho de difícil acesso, apesar de ser tão pertinho.
Então, quando me esqueço que tenho dentro de mim o que preciso, me perco. Fico feito barata tonta, refazendo os passos, na esperança de encontrar o que me roubou de mim, o que foi que eu fiz, me fizeram ou aconteceu para me tirar do rumo. Claro que não encontro. Só me dou conta quando me deparo com situações que me devolvem para dentro de mim. Hoje isso aconteceu. Foi tão simples. E voilà! Cá estava eu, de volta pra mim. Ainda um pouco desnorteada, mas com a clareza sobrenatural de que estava de volta. E aí, começa um período que eu gosto de chamar de convalescença (lembro do meu cachorro quando ficou doente e quase morreu, depois de melhorar, ficou uns dias meio fraquinho, na corda bamba, até voltar a pular desembalado como sempre fazia).
O ser humano procura fora o que está dentro. Por isso se perde. Eu vivo me enganando. Vivo escorregando pra fora de mim. E pobres dos que me rodeiam nesses períodos. É quando eu realmente preciso ser amada...

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