domingo, 20 de janeiro de 2008

A verdade que faz livre

"Talvez desilusão seja o medo de não pertencer mais a um sistema. No entanto se deveria dizer assim: ele está muito feliz porque finalmente foi desiludido. O que eu era antes não me era bom. Mas era desse não-bom que eu havia organizado o melhor: a esperança. De meu próprio mal eu havia criado um bem futuro. O medo agora é que meu novo modo não faça sentido? Mas por que não me deixo guiar pelo que for acontecendo? Terei que correr o sagrado risco do acaso. E substituirei o destino pela probabilidade." (Paixão segundo GH - Clarice Lispector)
O texto de Clarice Lispector é tão exato e profundo que dispensa comentários. Mas como isso é um blog, lá vão meus devaneios. A gente é cheio de viver de ilusões e quando elas se defazem ficamos como que perdidos. E se se tornam realidade, causam o mesmo impacto. E agora? O que faço da minha ilusão que se desfez? O que faço dos meus sonhos que se tornaram reais??? Somos uns "oreias secas" como dizia um amigo meu. Preferimos viver em cima da torre de cristal a ver o mundo com a realidade que ele exige. Temos de criar realidades só nossas para conseguir sobreviver. É quando essas realidades se desfazem e somos obrigados a enfrentar a verdade de maneira mais nua e crua, sofremos. Mas tenho um outro amigo que diz uma frase certeira: conhecereis a verdade e a verdade vos libertará. A verdade é dolorosa, muitas vezes. Mas quando soubermos encará-la e viver nela... Ah, isso é liberdade! E foi para a liberdade que fomos criados.
Hoje, agora, sou grata pelas desilusões que a existência me deu. Quando elas chegaram, juro que pensei que fosse morrer. E morri! Mas soube reviver, mais livre, mais completa, mais verdade.

sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

Férias

Nem acredito! Estou no início do ano e também no início das minhas primeiras férias em quatro anos! Não que não tenha parado nenhum minuto ao longo desse tempo de formada, mas nunca com a estabilidade de férias! Tudo do jeito que eu estava realmente precisando: acordo às 13 horas, não faço nada e ainda sobre tempo pra fazer nada pelo resto do dia. Na semana que vem vou viajar. Mas nada me faz esquecer a paixão pelas letras. Meu, isso parece mais uma doença! Sabe o que eu faço quando canso de fazer nada? Escrevo! Isso é realmente alguma doença que eu contraí naquela universidade. Não é possível!
Isso não quer dizer que quero voltar a trabalhar amanhã. Isso quer dizer que, por mais que meu corpo e cabeça fiquem cansados, o amor que tenho pelo que eu faço supera isso. É essa superação que me fez agüentar todo esse tempo. É esse amor que brota sei lá de onde que me faz abaixar a cabeça diante de mil desaforos e voltar para o meu teclado com força nos dedos para escrever histórias.
Um dos meus desejos para 2008 é continuar amando. Pq sem esse amor, sem essa paixão que nunca acaba, é impossível retomar. Ao coração de Deus peço apenas que me ensine a amar e amar cada vez mais. A minha profissão, as pessoas com quem convivo, as pessoas que não conheço, o mundo. Quero, como Santa Teresinha, dizer que minha vocação é o amor. Mesmo sabendo que não sou tão nobre para isso. No coração do mundo, o meu lugar, serei tudo, serei o amor. Desculpe o plágio mal feito, Teresinha, devem ser os dias parados!