quinta-feira, 30 de julho de 2009

Só pra ver o sol

Uma casinha branca de varanda. Só isso. Bem no meio do nada, do mato. Com comida, livros e música. Internet tb que isso acaba fazendo falta uma hora. Um labrador, um golden e e uns dois vira-latas esparramados pelo quintal, com muitas árvores, pomar. Longe de tudo. Escondida de tudo. No meu “infinito particular”, comigo, uns amigos vez ou outra. Mas só os amigos mesmo. Só alguns. Nada, nada mais.

terça-feira, 28 de julho de 2009

O fim


Acabou! Finalmente. É bom e ruim. Bom pq retomo minha rotina (nossa, como estou ficando velha! Eu que amo uma quebra de rotina não via a hora de voltar para a minha!). Ruim justamente por isso! Mas, enfim, pra terminar, as peças que não coloquei aqui.
Avner, the eccentric – bonitinho. O Avner é bom, mas eu não estava com espírito para aquelas gracinhas de circo. Enfim, eu talvez tivesse gostado mais se estivesse na vibe.
Inveja dos Anjos – Lindo. Cenário maravilhoso, Texto de uma poesia e sensibilidade únicos. Patrícia Selonk me fez pensar que era mesmo Cecília. A história de alguém que ficou para contá-la. Me emocionou muitíssimo devido às minhas questões interiores, que foram fomentadas demais por fatos pessoais, na minha casa. Fiquei muitíssimo tocada, muito sensível, me segurando pra não cair aos prantos a qualquer minuto.
De qualquer forma, se tivesse de escolher apenas uma para ver de novo, escolheria Rainhas. Não sei pq. Acho que tudo em Rainhas mexeu comigo. O visual, o texto, a disputa, a história. O FIT, neste ano, foi melhor do que no ano passado. As peças me desinstalaram mais, me fizeram pensar mais na vida. Como se eu já não fizesse isso o suficiente para viver em crise!!! Mas está valendo. Estou sem inspiração para escrever. O momento não é o melhor para isso. Não publicamente! Ah, na foto, a moça sorrindo é a Patrícia Selonk. Não sei o nome das outras atrizes...

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Quase o fim


Tirando forças do fundo da minha velhice pra terminar o festival. Cansada, cansada... Não vejo a hora de voltar pra minha vida “normal”. Com uma linha de amargura pq apesar do cansaço, essa semana foi muitíssimo boa: trabalho legal, amigos por todos os lados, peças boas, enfim. Sigo com as minhas impressões (se é que elas valem alguma coisa).

Pena que acabaram:
- Rainha[(s)], Duas Atrizes em Busca de um Coração – não consigo parar de pensar nesse espetáculo. Que lindas a Isabel Teixeira e a Georgette Fadel. Lindas! Já fui pra essa peça muito desarmada, pois escrevi sobre ela depois de conversar com a Isabel. A simpatia encarnada, essa moça! O texto, a atuação, o visual, a música, o drama e o humor. Tudo muito bem encaixado, bem trabalhado. Coisa linda! Inesquecível!
- In on It – Bem legal tb. Meio emburrada com o Henrique Diaz. Mas “pequeninices” à parte, os dois estão ótimos. Emílio de Mello impecável! Muito legal como as histórias se costuram.
- Tercer Cuerpo – Fora o sotaque argentino que é um trem estranho, os cinco atores conseguiram me passar a sensação estranha do terceiro corpo, do questionamento de “como as outras pessoas fazem?”.

Não foram ruins, não foram ótimas:
- Falecida Vapt Vupt – O texto é muito legal, os atores bons também. Mas a música constante ao fundo “Alegria...” e o barulho dos figurantes conversando no bar sem parar me atrapalharam um bocado. Cansativo por ter de me concentrar demais. Talvez, se eu já não estivesse carregando o cansaço do trabalho eu teria aproveitado melhor.
- Apropriação – Legal. Os atores muito bons. Foi bem investido o meu tempo.
- Esta Propriedade Está Condenada – fiquei encantada com a atuação de Susana Ribeiro e Pedro Henrique Monteiro. Mas o espaço não foi legal com eles. Começou e acabou muito rápido e a correria atrás deles pelo quintal impediu um pouco que eu aproveitasse a peça.

Na foto, Georgette Fadel e Isabel Teixeira, como Elizabeth I e Mary Stuart em Rainhas. Está acabando. Faltam apenas After Darwin, Bate Man, Inveja dos Anjos e Avner. Não sei se é bom ou ruim acabar. Mas acho que o meu corpo e minha cabeça não dão mais conta. Infelizmente, o tempo passou pra mim!

terça-feira, 21 de julho de 2009

Uma falta de tempo incrível


Correria boa do lado de cá. Além de aproveitar o Festival Internacional de Teatro de Rio Preto, neste ano estou trabalhando com a cobertura para o jornal. Aliar trabalho com algo que a gente gosta é realmente uma coisa inexplicável de boa.

Peças que merecem destaque de sexta-feira até hoje:
- Comunicação a uma academia com Juliana Galdino: texto complexo, eu achei que não ia conseguir gostar (afinal de contas sou tão profunda quanto um pires). Mas ela dá um show de interpretação (não à toa foi indicada ao Shell com essa apresentação), incorpora um macaco, um homem, uma entidade! Bom início de festival
- Caminho para Meca – Cleyde Yáconis um show à parte. Essa peça teve um gosto bom. Eu tinha muitas expectativas, pois conversei com a atriz pra capa do jornal de domingo. Linda, dá vontade de ficar conversando, levar pra casa! A peça maravilhosa, envolvente e de uma singeleza indescritível.
- Neva – A interpretação dos chilenos me deixou sem respirar em alguns momentos. Coisa de outro mundo! Simplesmente fantástico. Tipo de peça que faz a gente sair do teatro com um silêncio de admiração, respeito e indagação: “putz, quem eu penso que sou, o que eu penso que estou fazendo da vida, pra onde é que eu acho que estou indo?”


Não veria de novo:
- Silêncio dos amantes - visual bacana, mas não gostei das interpretações e tem drama demais. Trabalho com texto de autoajuda todos os dias, não precisava ver isso no palco.
- Senhora dos Afogados (Núcleo Experimental) - como assisti à apresentação montada pelo Antunes, no ano passado, tinha uma comparação desleal. O texto, por si, já é complexo, exige interpretação muito boa, o que não é o caso desse grupo. As músicas não me convenceram, assim como os atores, a Moema e todo mundo. A ressalva são as duas músicas interpretadas pelo grupo todo: ficaram boas. E só.
- Crônica de José Agarrotado: Nil. Nil é nada. Uma coisa diferente, mas não iria se soubesse que era assim. Não tem explicação. Um trem que me fez entrar e sair do mesmo jeito do teatro.


Coluna do meio:
- A Margem: quando começou, pensei: o que estou fazendo aqui, minha gente? Mas ganha espaço pela graça com que se faz referência à arte. Principalmente, quando remete ao cinema. Muito bonito e sensível. Talvez veria novamente partes isoladas.


Na foto, estão Jorge Becker, Trinidad González e Paula Zúñiga, em Neva. E é isso! Hoje, tem “Esta Propriedade Está Condenada”, da Cia dos Atores. Expectativa grande.

p.s.: não sou crítica de teatro, não sou crítica de coisa alguma. Cada um sente o espetáculo com as próprias experiências e isso é lindo! Se não fosse assim, não haveria tanta gente com tanta opinião diferente. O que escrevi aqui é só quem eu era quando assisti a essas peças.

domingo, 12 de julho de 2009

Só pra reforçar...

... quem inventou a amizade estava mesmo muito inspirado! As vozes conhecidas, engraçadas, reconfortantes. As frutrações esparramadas, desmascaradas e tratadas. O carinho sem intenção. O amor desinteressado cheio de interesse por colo. O olhar que sabe antes que a boca se abra pra jorrar desconexões. Ah, a sabedoria antecipada! O encontro que favorece a "plasticidade" do cérebro.
Descobri essa semana que um bom círculo de amizade é capaz de fazer nascer neurônios e melhorar as sinapses! E tem gente que defende só a prática de atividades físicas... Meus amigos me fazem alguém com cada vez mais massa cinzenta!

p.s.: o FIT chegando aumenta a expectativa do encontro. O telefone que toca na madrugada também faz a gente ser mais grata por ter amigos.

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Tênis nos pés errados

Quando uma história chega ao fim e se tem de recolher os cacos, é difícil avaliar o real estrago que ficou. Seca-se o chão, limpa-se a desordem provocada pela tempestade, guarda-se os cacos maiores e vai-se colando, aos poucos, o que em minutos foi despedaçado. Repara-se pouco nos pequenos detalhes, quando o estrago é maior do que a gente mesmo. Lamenta-se o desastre.
Hoje reparei em pequenas coisas. E estou lamentando profundamente por isso: gastei a música certa com o amor errado. Que pena! Hoje, esse é o meu maior lamento. Não lamento o chão que faltou, isso me fez aprender a voar. Não lamento os castelos que desmoronaram, isso me ensinou a refazer. Não lamento as feridas, elas me deixaram mais sensível e madura. Mas a música... Ah, era a música certa.
Eu poderia ter investido tudo (como fiz e isso é perdoável!). Eu poderia ter investido todos os meus sonhos, eles são recicláveis. Minhas emoções, elas são autocuráveis. Meu amor, ele se multiplica. Mas a música... Ah, a música já estava pronta, não tem como mudar.
Se eu tivesse de chorar hj pelo que passou, choraria pela música. Era minha, eu não tinha nada de dá-la a ninguém. Podia ter entregue a possibilidade de ser feliz, podia ter entregue meus amigos (eles serão sempre meus!), meus pais, até o meu cachorro. Mas a música nunca mais vai ser só minha. E isso é lamentável. Pq só eu sei dar a ela o valor que acredito real.
Não entrego mais minhas músicas. Tudo o mais é recuperável, reciclável e pode ser refeito com muito mais grandeza. Mas música... Ah, música não tem jeito. Hoje, lamento pela música e não há melodia que me console...

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Palavra de canalha

Li esse texto no livro "Canalha!", de Fabrício Carpinejar (que se pode conhecer melhor aqui. Vale a pena). Ele conseguiu pegar a essência da coisa... Gi, esse vai especialmente pra vc! E vc sabe o porquê!!

Não me apresente aos amigos

Amor não é caridade nem filantropia. O que ofende a solidão é alguma amiga chegar e comentar: “Tenho um amigo pra te apresentar”. Ela não está consultando sua opinião, não pede uma resposta, já marcou o encontro e a descreveu ao pretendente. O panorama recrudesce se o programa não é a dois, mas assistido, com a participação de outros casais a narrar, comentar e fazer “hola” a cada aproximação. Desde quando solteira é atração de circo?
“Tenho um amigo pra te apresentar” é a frase mais escabrosa que se pode ouvir. Uma forma de chamá-la indiretamente de encalhada. Mais agradável designa-la gorda. A amiga se julga uma Madre Teresa de Calcutá, distribuindo riquezas aos pobres e diminuindo a desigualdade. Deseja ajudar, mas, no fundo, atrapalha. Em nenhum momento, cogita a hipótese de que se está muito bem sozinha.
Pelo fato dela estar com namorado ou casada, não suporta que alguém esteja solteira. Quer exterminar as solteiras da cidade, pois não é suficiente casar; o mundo tem de casar junto com ela para não se arrepender ou questionar sua rotina.
A solidão é também uma escolha. Infelizmente, em nossa cultura casamenteira, é filtrada como uma inabilidade em encontrar uma cara-metade, é vista como incompetência amorosa.
Quando se escuta “tenho um amigo pra te apresentar”, lamenta-se não ser avestruz ou toupeira para se esconder em um buraco.
Perderá o controle da própria vida, a pose, o orgulho, o luxo da iniciativa. Ela inicia uma campanha de mobilização, em que todos saberão que está disponível. Lança-se um pedido de socorro, e a pretensa afogada toma sol na areia. Com a fragilidade escancarada, vexame é pouco, será difamada nos almoços familiares.
“Tenho um amigo pra te apresentar” indica, ao mesmo tempo, que não desfruta de condições para conseguir sozinha e pelos seus méritos uma paixão.
Sua independência é confundida com carência, seu apartamento, com oferta do Sine (Sistema Nacional de Emprego).
Amor encomendado nunca funcionou. Como fazer render um encontro em que a expectativa mínima é a de namoro e a máxima de um casamento? Amor surge ao léu, de imprevisto, sem nenhuma preparação psicológica e pesquisas de opinião.
Não se passa por teste vocacional, o amor pode contrariar a carreira.

terça-feira, 7 de julho de 2009

Ingressos

Ainda estou assustada! Consegui comprar todos os ingressos que queríamos para o FIT. Em menos de 8 minutos!!! Só ficou uma de fora por causa da minha falta de atenção. Mas deu tudo certo! A infra-estrutura que montamos foi coisa de filme! Com direito a tele conferência ontem à noite e tudo! Foi lindo! Huuummm, chegando a hora de me acabar no festival. Que alegria!

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Preparativos

Essa coisa toda do Festival de Teatro (FIT - São José do Rio Preto) é como umas férias no meio do ano. Não que eu não trabalhe. Pelo contrário, dá um cansaço imenso porque trabalho o dia todo, depois tem as peças às 19h e 21h30, sem levar em consideração os dias que resolvemos ir ao Não-Lugar (bar do festival). O mais bacana, sem contar as peças boas, é toda a preparação que fazemos. Trocamos ideias sobre quais as peças compensa ver, montamos um cardápio cultural que vai ser modificado umas 20 vezes antes de realmente comprarmos os ingressos das peças. Hoje à noite, vamos nos reunir para definir o cronograma. Como se isso fosse a coisa mais importante do mundo. E é! Para o nosso mundo, isso é o que vale no dia de hoje! É como se fosse a organização de um grande encontro. E como é um grande encontro! Minha casa já está com todos os cantos reservados. Nos próximos dias chegam minha irmã, meus amigos, meus irmãos... A casa cheia por, no mínimo, uns cinco dias. Movimento garantido de 17 a 25 de julho. Que bom!!Por isso a arte ainda há de redimir o mundo. Por ela mesma e pela capacidade que tem de congregar os diferentes, os iguais e os semelhantes! A festa começa hoje!

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Súplica

Senhor, me afasta da tentação de ser igual. Não deixe que eu me acostume aos rótulos e livrai-me sempre de ser o que esperam que eu seja. Amém!