quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Desacertos ortográficos

Entre as palavras erradas na minha vida estou mais pra quis com "z" do que fútil com "u". Ser fútil, com u ou l, é tão vazio... Agora o querer, com s ou z, supõe desejo. O desejo sugere transcendência! Não importa se está certo ou errado, o desejo impulsiona, leva, provoca. Não gosto do vazio. Ele mantém estagnado. Coisa mais sem grassa (rs!) essa de ficar estagnado... Quero querer e ser querida, com z, com s, x ou ch. A transcendência ainda me perde...

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Contaminada

Hj ouvi Adélia o dia todo. Como pode ser assim tão sensível à realidade essa mulher?
Espalhei versos pela minha vida virtual. Tem um pouco de Adélia no meu orkut, outro pouquinho no meu msn. Ainda não tinha "contaminado" o blog dessa doença poética. Então, aí vai:

A terceira via

Jonathan me traiu com uma mulher que não sofreu por ele um terço do que eu sofri
Uma mulher turista espairecendo na Europa
Jonathan é bastante tolo
Estou sem saber se mudo para alguém mais ladino, se espero Jonathan crescer
Sem descasar-me, sem gastar um tostão o moço oferece-me pensamentos diários com irresistível margem de perigos
Posso ficar tísica, posso engordar, posso entender de física, posso jejuar
Produzindo sua imagem na hora mais quente do dia.
Ismália me diz "Deus é um tijolo, está aqui no nariz do meu cachorro. Eu sou puro pecado".
E imediatamente come docinho de aletria com descansada certeza: "irei salvar-me porque Deus me ama".
Não tenho o peito de Ismália para chegar perto de Deus, por isso fico ganindo e chego perto dos homens
Cheiro a camisa de Pedro, o trago ingrato de Jonathan.
Todos viram que minha boca secou quando disse muito prazer e desfaleci na cadeira.
O amor me envergonha
Da geração da cachaça, do é ou não é, do ou casa ou vai para o convento, não posso ser gay e dizer depende, vou ver, vou tratar do seu caso.
Comigo é na pandega ou na santidade mais rigrosa.
Eu não servia para ter nascido, para comer com boca, andar com pés
E ter dentro de mim oito metros de tripas desejando a filigrama de tua íris
Cuja cor não digo para não estragar tudo e novamente ficar coberta de ridículo.
Sei agora, a duras penas, porque os santos levitam
Sem o corpo a alma de um homem não goza, por isso Cristo sofreu no corpo a sua paixão. Adoro Cristo na cruz.
Meu desejo é atômico, minha unha é como meu sexo. Meu pé te deseja, meu nariz
Meu espírito - que é o alento de Deus em mim - te deseja
Pra fazer não sei o que com você.
Não é beijar, nem abraçar, muito menos casar e ter um monte de filhos.
Quero você na minha frente, estático- Francisco e o Serafim, abrasados -, e eu para todo o sempre olhando, olhando, olhando...

domingo, 17 de agosto de 2008

Festa na roça???

Depois de traçados dois mapas, explicações diversas, telefones anotados (para o caso de nos perdermos), lá fomos nós. A proposta era o aniversário de uma das meninas em um sítio, em uma cidadezinha próxima a Rio Preto. Nos perdemos (é, claro), mas entramos na estrada de terra. Anda, anda, sítio errado, “avenidas” de estradas de terra depois, lá estávamos nós. Paisagem bucólica, bois no pasto, família esparramada pela casa do sítio, churrasqueira a todo vapor.
Sentamos juntos, comemos, bebemos, enfim, atividades normais de qualquer festa, ainda mais ali, cercados de tios, primos e parentes da nossa amiga.
De repente, um dos meninos sobe em uma das áreas cobertas e, sabe-se Deus de onde ele tirou aquele trem, instala um jogo de luz. Isso mesmo, ali, em meio à paisagem rural, surge um jogo de luz verde! Como se não bastasse, saca-se, sabe-se novamente Deus de onde, uma máquina de fazer fumaça, ou “smoking machine”, como vinha advertido no aparelho.
Uma caminhonete amparava a caixa de som e o DJ. A galera começou a maior disco da história. O pilar que sustentava o telhado se transformou, sem entender nadinha do que se passava, em um pau daqueles de dança, em que os mais diversos espécimes se esfregavam descendo e subindo das maneiras mais criativas possíveis. Os bois, do curral, observavam impávidos ao espetáculo.
“Se isso está acontecendo aqui, tenho medo do que acontece em Londres”, foi a expressão máxima de um dos meus amigos, tão estarrecido quanto qualquer um de nós que fomos àquele lugar crentes que ia rolar até terço (afinal era uma festa familiar em um sítio!!).
Os bovinos ainda tentam entender o que se passou. Aliás, eu ainda estou tentando entender!! Assim como tudo que surpreende, foi bom demais!

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Um pouco de rebeldia não faz mal...

Estou polêmica! Quero escrever aqui textos que mexeram muito comigo, no que diz respeito à Igreja (eu não gosto de falar disso, mas as poucas pessoas que passam por aqui têm de ver isso!). Aí vão:

“Ninguém pode ignorar que a Igreja é uma sociedade desigual na qual Deus reservou a alguns a missão de mandar e, a outros, de obedecer, estes últimos são os leigos; os demais são os eclesiásticos”- Papa Gregório XVI

“Quanto à multidão, ela não tem outro direito senão o de se deixar conduzir e guiar docilmente por seus pastores” – Papa PioX

“Os membros do corpo que parecem mais fracos, são os mais necessários... os membros tenham igual solicitude uns com os outros” – Paulo, apóstolo e alicerce da Igreja.

Dúvida: fico com a infabilidade papal ou com as palavras fundantes de Paulo???
Sou mulher e leiga! Eu acho que já fiz a minha escolha! E não inclui deixar-me conduzir docilmente, muito menos fugir do redio...

p.s.: qualquer tipo de comentário que eu considerar ofensivo aos outros, vou apagar. Não é censura. Só acho que podemos manter uma discussão saudável a respeito!

domingo, 10 de agosto de 2008

Bis!

Não há revolta que uma boa música não cure. Ao saber que se aproximava o show da Mônica Salmaso fiz questão de estar bem revoltada, bem brava, bem inquieta. Foi nos versos “que horas você volta” que a voz mais divina que já ouvi me venceu. Lágrimas quando ouço a música dela e algo está fora do lugar dentro de mim são a coisa mais natural, mais comum! A música vai salvar o homem. Ou vai me salvar. Sem generalizar, né? A música vai me salvar!
Não consigo descrever o que provoca em mim uma boa música. Uma voz afinada acompanhada de instrumentos em sintonia. É como se me devolvesse a capacidade de ser gente, de sonhar, de querer ser mais. É batata! Eu posso estar completamente sem rumo. A música me devolve pra mim. E a Mônica, vamos combinar! O que é aquela voz?
Pois bem, fui na quarta-feira, aqui em Rio Preto. Repeti a dose no sábado, em Ribeirão Preto. Nunca é demais o que é bom! E não é questão de ser tiete. Não é, eu não sou disso! É só pra arrumar força pra me devolver cada vez mais pra mim. Pq as pessoas merecem isso!

terça-feira, 5 de agosto de 2008

Sem poesia

As matérias estão me convencendo cada dia mais: é impossível o relacionamento consistente entre um homem e uma mulher. Falo do tipo de relacionamento do qual tenho experiência é claro, pq eu não pretendo ser gay um dia. Nada contra, só não é minha praia.
Homens são diferentes de mulheres. Enxergamos o mundo de forma diferente. E quando um dos dois tenta ser compreensivo, muda o modo de ver a vida para aconchegar o outro na sua realidade, não dá certo. O parceiro vai em busca do lugar comum, afinal de contas desde as cavernas as mulheres são de um jeito e eles, de outro (essa constatação não é de matérias, é da minha própria vida e da maneira de ser de amigas muito próximas).
Não tem porquê o meu ponto de vista um tanto quanto amargo hoje. Estou bem. Não levei fora de ninguém (não pelo menos oficialmente nas últimas semanas), estou bem no trabalho, acabo de voltar de um encontro maravilhoso com amigos que amo. Mas algumas atitudes masculinas em relação a amigas e até comportamentos que me causam estranheza, aliados à opinião de profissionais a respeito de relacionamentos me deixaram completamente sem expectativas. Fundamental também a leitura deste texto a respeito de ter filhos (culpa sua, Lucas!).
Hoje acho que aquela história de crescer e multiplicar está meio torta. E não há livro de auto-ajuda que me convença do contrário! Não, não é mal de mal-amada. Pelo contrário! São olhos de realidade. Dias em que "Deus me tira a poesia. Olho pedra, vejo pedra mesmo", como diz sabiamente Adélia Prado.

P.S.: cuidado com os comentários! Se os livros de auto-ajuda não ajudam, provavelmente comentários de incentivo serão tão neutros ou prejudiciais quanto...