segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Contaminada

Hj ouvi Adélia o dia todo. Como pode ser assim tão sensível à realidade essa mulher?
Espalhei versos pela minha vida virtual. Tem um pouco de Adélia no meu orkut, outro pouquinho no meu msn. Ainda não tinha "contaminado" o blog dessa doença poética. Então, aí vai:

A terceira via

Jonathan me traiu com uma mulher que não sofreu por ele um terço do que eu sofri
Uma mulher turista espairecendo na Europa
Jonathan é bastante tolo
Estou sem saber se mudo para alguém mais ladino, se espero Jonathan crescer
Sem descasar-me, sem gastar um tostão o moço oferece-me pensamentos diários com irresistível margem de perigos
Posso ficar tísica, posso engordar, posso entender de física, posso jejuar
Produzindo sua imagem na hora mais quente do dia.
Ismália me diz "Deus é um tijolo, está aqui no nariz do meu cachorro. Eu sou puro pecado".
E imediatamente come docinho de aletria com descansada certeza: "irei salvar-me porque Deus me ama".
Não tenho o peito de Ismália para chegar perto de Deus, por isso fico ganindo e chego perto dos homens
Cheiro a camisa de Pedro, o trago ingrato de Jonathan.
Todos viram que minha boca secou quando disse muito prazer e desfaleci na cadeira.
O amor me envergonha
Da geração da cachaça, do é ou não é, do ou casa ou vai para o convento, não posso ser gay e dizer depende, vou ver, vou tratar do seu caso.
Comigo é na pandega ou na santidade mais rigrosa.
Eu não servia para ter nascido, para comer com boca, andar com pés
E ter dentro de mim oito metros de tripas desejando a filigrama de tua íris
Cuja cor não digo para não estragar tudo e novamente ficar coberta de ridículo.
Sei agora, a duras penas, porque os santos levitam
Sem o corpo a alma de um homem não goza, por isso Cristo sofreu no corpo a sua paixão. Adoro Cristo na cruz.
Meu desejo é atômico, minha unha é como meu sexo. Meu pé te deseja, meu nariz
Meu espírito - que é o alento de Deus em mim - te deseja
Pra fazer não sei o que com você.
Não é beijar, nem abraçar, muito menos casar e ter um monte de filhos.
Quero você na minha frente, estático- Francisco e o Serafim, abrasados -, e eu para todo o sempre olhando, olhando, olhando...

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