domingo, 30 de novembro de 2008

Reencontro

Aos poucos, as carinhas conhecidas apontaram pelo portão. Quase cinco anos passaram como se não tivessem deixado marcas. Claro, as mudanças eram evidentes, uns cachos que deixaram de existir, mãos esquerdas que ganharam alianças, quilinhos a mais e a menos, rugas nos cantos dos olhos, uns jornalistas, outros bancários... Mas aquelas pessoas dividiram tantos momentos que esses detalhes passavam quase desapercebidamente. Uma tarde parecia bem pouco. Mas, era como se tivessem se despedido depois da última aula, no dia anterior. Era como se experimentassem um salgado na hora do intervalo. Era como se, a qualquer momento, os grupos se dividiriam, como sempre foi, e apresentariam um trabalho de semiótica ou língua portuguesa. Até mesmo um projeto de jornalismo televisivo ou comunitário.
As diferenças morreram afogadas ali na beira da piscina. As que sempre existiram continuaram persistentes, mas não tinham tanta importância agora. Eram todos atores de uma mesma peça, protagonistas de uma época marcante nas vidas uns dos outros. Se o professor de jornalismo especializado aparecesse ali, seria igualmente tratado como parte importante da cena. Sem esquecer as desavenças, deixando-as do tamanho menor do que a alegria do reencontro, é claro.
Os grupos estavam todos ali bem representados e trataram de se espalhar como se esperava que fosse. Não deixamos de dividir a alegria de rever. E passou. Assim como passaram os anos pelos campos abertos da Unesp. Sem neura, da mesma forma como naquela manhã depois do baile, despediram-se. Um por um, deixou pra trás o que em comum construíram. Mas partia no peito a marca que cada um deles imprimiu na história. O próximo encontro pra daqui cinco, dez, 15 anos, talvez. Mas a lembrança é eterna...

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Visões

E esse futebol?
Jogo complicado, gente!

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

O fim está próximo!

O mundo vai acabar. Hoje discutimos por alguns minutos essa possibilidade, no jornal. O que eu quero fazer antes de o mundo acabar? Nossa, tem tantas coisas. Mas, ao mesmo tempo, está bom assim. Claro que eu queria conhecer a Espanha, o Coliseu, Paris e outros lugares da Europa. Claro que eu queria passar mais tempo ao lado de pessoas que eu amo e que, às vezes, fico muito tempo sem ver, sem encontrar. Claro que eu queria gastar mais madrugadas falando sem parar. Também é óbvio que eu gostaria de viajar mais. E queria fazer mais um monte de coisas que é melhor a gente deixar para um outro tópico (rs!).
Se tudo acabasse hoje, no entanto, estaria bom também. De alguma forma, a loucura do dia-a-dia é boa. De alguma forma, dar risada com essas pessoas que vejo todo dia, me faz feliz e pronta para o fim do mundo. Tudo o que vivi até aqui, os 26 anos (já quase 27) foram bem vividos! Cheios de frustrações, de lágrimas, de limitações que me impus, de desilusões e decepções. Mas também cumulado do ombro dos amigos, do carinho de quem eu amo, das abanadas de rabo felizes do meu cachorro que já foi, de viagens de poucos quilômetros mas que valeram por grandes emoções. Das músicas que me fizeram chorar e das que embalaram minhas alegrias. Valeu por aprender a tocar violão e cantar. Valeu demais pelos anos que passei na faculdade aprendendo a ser gente e jornalista.
Tem horas que cansa. Tem horas que queria outra vida. Mas se o mundo acabasse hoje, eu só teria medo de sentir dor. Não me arrependeria nem das besteiras que já fiz e faço a todo instante. Me alegraria, no entanto, se, momentos antes de um fim sem determinação, pudesse abraçar os que amo e os que me amam. E morresse num abraço sem fim. E esse seria o meu momento eterno...

Deixo a música da Ceumar: Joelmir Beting
O matemático Oswaldo de Sousa anunciou que antes do fim do mundo o mundo vai acabar
Vai acabar numa casa de má fama
Numa cama de madame
Vai acabar dando vexame
Mundo vai acabar
No arquivo morto do departamento
Num asilo em Sorocaba
Num grande engarrafamento
Mundo vai acabar
Vai acabar na colisão do meteoro
Na fusão dos elementos a qualquer momento
Mundo vai acabar...
É só tocar no ponto G da bomba H

Joelmir Beting afirma com toda certeza
E o profeta a gentileza fez questão de confirmar
Que tudo isso é só questão de tempo
É só questão de tempo para o tempo fechar
É questão de tempo para água furar pedra
É questão de tempo pra você se acostumar
Que antes do fim do mundo, mundo vai acabar
Antes do fim do mundo, mundo vai acabar
Que é só tocar
É só tocar no ponto G da bomba H
O índice Nasdaq
O tarô do cigano
Os avertigens dos astros
Esse cheiro no ar
Tudo leva crer que é questão de tempo
É questão de tempo para o tempo fechar
Mas é questão de tempo para água furar pedra
É questão de tempo pra você se acostumar
Que antes do fim do mundo, mundo vai acabar
É só tocar no ponto G da bomba H

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Impressão midiática

Tem tudo para ser um dia poético. Logo cedinho, assim que sentei na minha cadeira no jornal, na televisão ligada, Mariana Godoy anuncia uma matéria sobre o congresso internacional de música cubana. E ouço a voz conhecida de Neide Duarte. Aquele texto sensível, pausado, breve. Coisa linda para começar o dia. Depois, abro meus emails e me deparo com isso:

“olha que lindo o que minha amiga me mandou, da clarice:
'Quando comecei a escrever, que desejava eu atingir? Queria escrever alguma coisa que fosse tranqüila e sem modas, alguma coisa como a lembrança de um alto monumento que parece mais alto porque é lembrança. Mas queria, de passagem, ter realmente tocado no monumento. Sinceramente não sei o que simbolizava para mim a palavra monumento. E terminei escrevendo coisas inteiramente diferentes.'
o que isso diz de nossas vidas?
queria tantas coisas, mas fiz outras inteiramente diferentes...”

Neide Duarte, Clarice Lispector e Michelle Berti logo às 8 horas da manhã? Que time de jornalistas é esse numa sexta-feira nublada??? Ah, tem tudo para ser um dia poético...

terça-feira, 11 de novembro de 2008

sem chão...

A vida é um trem estranho. Com quanto menos chão, mais possibilidades. Com quanto mais segurança, menos vôo. Tem horas que dá medo...