quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Temporã

É outubro! Pulei setembro, mas ainda quero dizer com a Adélia: "nada impede ouro de corolas e acreditai: perfumes. Só porque é setembro". Que culpa tenho eu se em outubro ainda há perfumes? Coisas possíveis - e impossíveis também - me cercam e me fazem acreditar no milagre! Estou tão mística, sentindo com todo o meu corpo e alma a crua realidade, que apenas o sobrenatural explicaria essa alegria ascendente e paz. Sim, estou em paz. Deve ser a poesia. Uma pena! Ainda não aprendi a escrever quando existe calma diante de mil incertezas. Ah, mil não, sem exageros. Existem duas ou três, no máximo cinco, incertezas me sondando, como uma "fera na selva". Ou as encaro ou elas me engolem! E a vida é tão setembro e dezembro que não vale a pena ser devorada. Quero é ser saboreada o tanto quanto desejo sentir o gosto das coisas, das pessoas, das situações. Quero os meus cinco ou seis sentidos todos em alerta. Não desejo passar por nada, muito menos ser passada por elas. Deus, me dá a graça de parar sempre, sem pressa, sem exageros, sem medos, rendida ao poder do perfume-mistério que perpassou setembro e tomou conta de outubro. Anseio por dezembro...