sábado, 21 de fevereiro de 2009

A palavra certa no dia exato

“Jesus e os discípulos chegaram a Betsaida. Trouxeram um cego e pediram a Jesus que o curasse. Ele pegou na mão do cego e levou-o para fora da povoação. Depois chegou-lhe saliva aos olhos, colocou as mãos sobre ele e perguntou-lhe: "Vês alguma coisa?" O homem abriu os olhos e disse: "Vejo sim, vejo pessoas, que parecem árvores a caminhar!" Jesus pôs-lhe outra vez as mãos nos olhos e quando o homem os voltou a abrir já via perfeitamente tudo quanto estava em volta. Mandou-o depois para casa, mas disse-lhe que não entrasse outra vez na povoação.”(Mc 8, 22-26) – liturgia diária, quarta-feira 18 de fevereiro de 2009.

Bem no dia que a Igreja escolheu esse Evangelho para a liturgia, a ciência fez lama com as mãos e laser e me devolveu a visão perfeita, sem os inúmeros graus de miopia e outros tantos de astigmatismo. E, aos poucos, o mundo, que só era visto através das lentes de contato ou das grossas lentes dos óculos, criou forma e cor por meio da minha própria retina, da minha própria córnea! Jesus sabe devolver as visões.
Poucas horas após a cirurgia eu podia ver! E durante esses dias em que aos poucos meus olhos foram enxergando o mundo, fiquei pensando em como Jesus devolvia e ainda devolve a visão às pessoas. É assim quando cura as minhas cegueiras espirituais, sociais e pessoais, aos poucos meus olhos voltam a ver! E como isso é maravilhoso. Mas exige cuidados, colírios, repouso, renúncias... Eu quero ver! Não sob as lentes de ninguém. Não sob as lentes de uma religião ou de um modo de pensar. Quero ver com os meus próprios olhos, tocados e curados pelas mãos de quem mais soube de ser humano. Quero ver com o meu jeito de ver, com o meu modo de enxergar. Sem lentes, sem aumentos, sem diminutos, apenas com os meus olhos, sãos...

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Quero de novo!

Há nove anos eu estava em uma expectativa de algo que mudaria para sempre a minha história. No dia 10 de fevereiro confirmei meu ingresso no curso de jornalismo da Universidade Estadual Paulista, Unesp campus Bauru... Se eu pudesse viver um tempo de novo, esses quatro anos seriam os que eu repetiria. Talvez não da mesma forma. Mas mudaria pouca coisa.
Esse saudosismo todo tem causa. Acordei mal humorada e ouço agora “Por enquanto”. Essa música não tocou na minha formatura. Mas era com ela que eu brincava, dizendo que seria nossa música de despedida. Minha vida é meio musical. Tem gente que se lembra dos momentos por causa de cheiro. Eu tenho memória musical. É só ouvir a música com a qual associei o momento que volto pra ele.
Voltei praqueles anos no campus. Parece que estão impregnados de um jeito que sempre serão lembrados como os melhores. Claro, ainda tem água pra passar embaixo dessa ponte. Tenho os momentos posteriores a esses anos que são incríveis, como os meses que passei em Marília ou os primeiros meses em Rio Preto. E tenho o agora, que é um dos melhores momentos. Pode melhorar ainda mais, óbvio! Mas nada tira a lembrança daquele tempo...
Saudades, sempre!

domingo, 1 de fevereiro de 2009

Raízes

Tem horas que a gente precisa beber do mesmo lugar que está acostumado. Observar as raízes, saborear as bases. Mesmo quando tudo está bem e que parece a estrada certa, o caminho que tem de se percorrer. É como beber da fonte da juventude. E tudo por dentro parece que acabou de nascer, "agurinha", como diriam minhas raízes mineiras.
É reclinar no colo carinhoso e receber do coração de quem mais ama uma carga redobrada. É como se eu pudesse andar, andar, andar sem me cansar por quilômetros a fio. Sei que o cansaço logo cala essas vozes. Faz as bases e raízes parecerem realidades distantes, como se eu nunca tivesse ido lá. Vira a sombra de uma lembrança boa...
Mas ele estará me esperando de novo. Como se eu tivesse acabado de partir. Como se nunca tivesse ido. É como a eternidade. Aqui, agora, nesse instante, em um gerúndio que não acaba nunca.