domingo, 30 de novembro de 2008

Reencontro

Aos poucos, as carinhas conhecidas apontaram pelo portão. Quase cinco anos passaram como se não tivessem deixado marcas. Claro, as mudanças eram evidentes, uns cachos que deixaram de existir, mãos esquerdas que ganharam alianças, quilinhos a mais e a menos, rugas nos cantos dos olhos, uns jornalistas, outros bancários... Mas aquelas pessoas dividiram tantos momentos que esses detalhes passavam quase desapercebidamente. Uma tarde parecia bem pouco. Mas, era como se tivessem se despedido depois da última aula, no dia anterior. Era como se experimentassem um salgado na hora do intervalo. Era como se, a qualquer momento, os grupos se dividiriam, como sempre foi, e apresentariam um trabalho de semiótica ou língua portuguesa. Até mesmo um projeto de jornalismo televisivo ou comunitário.
As diferenças morreram afogadas ali na beira da piscina. As que sempre existiram continuaram persistentes, mas não tinham tanta importância agora. Eram todos atores de uma mesma peça, protagonistas de uma época marcante nas vidas uns dos outros. Se o professor de jornalismo especializado aparecesse ali, seria igualmente tratado como parte importante da cena. Sem esquecer as desavenças, deixando-as do tamanho menor do que a alegria do reencontro, é claro.
Os grupos estavam todos ali bem representados e trataram de se espalhar como se esperava que fosse. Não deixamos de dividir a alegria de rever. E passou. Assim como passaram os anos pelos campos abertos da Unesp. Sem neura, da mesma forma como naquela manhã depois do baile, despediram-se. Um por um, deixou pra trás o que em comum construíram. Mas partia no peito a marca que cada um deles imprimiu na história. O próximo encontro pra daqui cinco, dez, 15 anos, talvez. Mas a lembrança é eterna...

4 comentários:

Bia R. disse...

Sensacional! Não faria um texto melhor. Muito, muito bom rever a turma. Melhor ainda ver você com uma latinha de cerveja na mão e, depois, na baladinha em sp. Beijos

Anônimo disse...

Amei o texto, Ari. Você teve sensibilidade ao descrever o reencontro. Uma tarde inesquecível.

Greice Margherita disse...

Próxima encontro pra daqui um ano, Ari!!! Cinco é muito!

Anônimo disse...

Quem era o professor de jornalismo especializado? O Alexino?