segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Fez-se Mar

Devagar, quase sem que se perceba, chega. Assim, como quem não quer muita coisa, só um lugar. Esparrama e ganha espaço. Esparrama e ganha prioridades e transforma realidades. Imprime sulcos profundos, estabelece-se em todas as relações. Há traços da sua presença no sorriso, no olhar, no gesto. Sem que se perceba, torna-se razão primeira, motivo maior, motor e motriz. Apesar disso não faz refém, liberta sempre. É sinal cantar de manhã, sonhar à tarde no meio do expediente ou perder o sono. É sinal também sofrer em silêncio, chorar escondido ou querer dormir eternamente. Contém em si toda salvação do mundo e é também responsável por revoltas que desfazem realidades antigas. É sinal divagar sem causa...

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