quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Laços...

Éramos feito Tico e Teco. Naqueles meus primeiros anos na faculdade, Theresa me emprestou dinheiro, me emprestou o carro, me deu colo e ombro. São inumeráveis as cenas que carrego e carregarei comigo. No dia histórico 11 de setembro, vimos as cenas do WTC pelas telas das tvs à venda no Wall Mart, quando eu matei aula não me lembro porque, mas estávamos lá comprando alguma coisa. Bom, se estávamos comprando e eu matei aula, ela não estava nada bem! Teve uma vez que comemos coisa de 72 pasteizinhos (daqueles vendidos prontos pra fritar) pq estávamos tristes. Um dia, ela levou um CD, colocou pra tocar, subiu na bancada da cozinha e começou a dançar e cantar desvairadamente Mr. Big. Perdi as contas de quantas madrugadas perdemos ao telefone. Quando me levaram do bolso o único dinheiro que tinha em uma passagem por São Paulo, foi pra ela que eu liguei a cobrar só pra ouvir uma voz familiar (detalhe: eram 7 horas da manhã e Theresa morava em Goiânia, na época). Até hj dou risada sozinha quando lembro dela bêbada pensando que estava ficando cega pq eu disse a ela que o sol já tinha nascido e estava tudo escuro, ela acreditou! Quando Theresa se formou, na noite anterior à sua ida de Bauru, choramos feito crianças, sem palavras. Tantas coisas...
Mas a vida se abre sempre num feroz carrossel, como diz Toquinho, e nos afastamos. Ontem, conversamos pelo msn, depois que o carrossel nos trouxe aqui. Não há tempo que supere a sinceridade de um laço fraterno, quando real. O diálogo final foi mais ou menos assim:
Theresa - Assisti Ensaio sobre a cegueira
Eu - Bom, muito bom o filme
Theresa - Ah, muito sério. Vc sabe, não sou muito cult
Eu - Eu finjo que sou. Faz parte do meu show
Theresa - Sim, resquícios da sua vida unespiana. Mas eu sei que é tudo fingimento. Bjos!
Eu - Hahahahaha... Bjos!
Me vieram à mente todos esses momentos, como uma onda incontrolável. Ela sabe. Conhece a essência dessa mutação ambulante. Essência não muda e os que tiveram acesso a ela uma vez podem entrar e sair a qualquer momento, retirando de dentro de mim o que há de melhor. Essas pessoas souberam suportar o pior de mim, têm todo o direito! Bem-vinda de volta, Theresa!

Um comentário:

Maria Theresa disse...

Thanks!!! Não sou das palavras como vc, mas saiba que carrego muitas lembranças desse tempo tbémm! Ah qdo to depressiva ainda vou ao shoping, o problema é só qdo to em Itaporanaga!!! Bjos