quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Tolerância

Estou escrevendo uma matéria sobre tolerância. E me lembrei de uma música de infância: é tão lindo, não precisa mudar, é tão lindo, deixa assim como está, e eu adoro, é claro, difícil é a gente explicar essa amizade entre nós... Com Simoni e Roberto Carlos. Tinha abolido um pouco o tom confessional aqui, mas acho que vale: as pessoas estão cada vez menos tolerantes. Assustador.
Eu já fui completamente intolerante com o que não era eu. O tombo que levei há alguns anos me fez rever tantas coisas. E, às vezes, me sinto tolerante demais com as situações, com as pessoas, com tudo e isso dá medo.
Mas voltando ao fato da intolerância. Na sexta-feira, fui ao cinema. Sala VIP só gente que se pode considerar de um nível social mais elevado (eu pago meia e quis fazer esse agrado pra minha irmã que estava por aqui). Cinco minutos de filme e senti uma pancada forte na minha poltrona, virei pra trás e um homem, de uns 45 anos, mais ou menos, estava agredindo um adolescente de 15 anos, que tinha sido indelicado com a mulher dele. Esbravejou, gritou, arrastou o menino até a porta do cinema. Todo mundo parado, sem saber o que fazer diante daquela situação. Quando um moço tentou segurar o cara, levou pancada tb. E a namorada do moço tentou separar a briga, quase apanhou, coitada. Eu fiquei esperando subirem a vinheta do Festival Internacional de Teatro. Não era possível que estávamos todos presenciando aquele tipo de cena em um cinema. Fato é que algumas pessoas mais se rebelaram pq não queriam continuar na sala de cinema com aquela situação. Enfim, foi um barraco dos mais barraquentos que já vi na vida.
É inacreditável como qualquer minúscula coisa é capaz de gerar uma guerra. É impressionante como as pessoas sustentam uma pose de que são modernas e que são capazes de acolher todas as idiossincrasias mas na hora do vamos ver é tudo fachada. É assustador. Acho que entendo um pouco do que aconteceu na Uniban com a moça Geyse. Não importa o que ela é, que tipo de roupa usa, o que fez ou deixou de fazer. Não é ela que está em questão. É a reação das pessoas frente ao que não é elas. Eu penso que as pessoas se dão muita importância. E acreditam mesmo que tem o melhor jeito de vida. E que todos deviam ser iguais.
Até o nome de Deus as pessoas têm a petulância de usar para condenar comportamentos e posturas. Só me lembro que o próprio Deus fez: tinha lá uma prostituta que por lei deveria ser apedrejada. O Deus desafiou: quem nunca pecou, atire a primeira pedra. E fez mais, almoçou com políticos ladrões, com mulheres de índole duvidosa e confraternizou com pessoas “impuras”. E eu gosto desse Homem, tenho tanto a aprender com Ele!
O que não era igual amou os que não eram iguais. A gente ainda tem o que aprender. E pode ser que a gente aprenda. Essa é minha esperança! Até lá, meninas, cuidado com os vestidos curtos demais. Pessoas, não exibam comportamento diferente do que se espera nos cinemas, nas festas, nas ruas. Moços e moças, fica um conselho do Ivan Lins, cantado pela Elis: nos dias de hj, não lhes dê motivo, porque na verdade eu te quero vivo...

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