terça-feira, 22 de setembro de 2009

Como uma porta

Se eu fosse menos teimosa, talvez fosse mais feliz também. Mas deixaria de viver coisas importantes. Ainda não entendo, então, se minha teimosia é vantagem ou desvantagem.
Tenho pensado em muitas coisas, ultimamente. Quase todas sem valor algum. Mas essas coisas têm me tirado o sono. Uns sentimentalismos bobos. Uns fatalismos que me matam. Perco tempo útil da vida considerando coisas quase sempre inúteis. Se eu pudesse parar de pensar e começasse a viver, talvez, seria mais feliz também.
Umas saudades infundadas. Umas recordações inusitadas. Umas suposições que quase sempre deságuam em nada. Viver dói. Como dizia Clarice Lispector, viver é tão incomum que só vivo porque nasci. Essa frase diz tudo numa clareza. E eu ainda tento entender.
As pessoas são estranhas. Eu sou a rainha das estranhezas. Quero tudo. Quando consigo não aproveito ou me canso muito fácil. Pq as coisas impossíveis me parecem tão mais saborosas? Sou uma menina mimada em frente à vitrine, esperneando e gritando: “eu quero”. Imperiosa. Sofrível. Pq aquilo é lindo lá na vitrine. Mas pode não caber na minha vida. Pode ser puro glacê. Gordura pra enganar os olhos e inchar o estômago. Mas eu sou assim, enquanto não cravar os meus dentes nisso, não me canso.
Ai, tem horas que daria tudo pra não ser eu. Dá uma gastura ficar batendo em teclas só pq quero. Ponto de honra. Sempre meus pontos de honra...

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