quinta-feira, 30 de julho de 2009
Só pra ver o sol
terça-feira, 28 de julho de 2009
O fim
Avner, the eccentric – bonitinho. O Avner é bom, mas eu não estava com espírito para aquelas gracinhas de circo. Enfim, eu talvez tivesse gostado mais se estivesse na vibe.
Inveja dos Anjos – Lindo. Cenário maravilhoso, Texto de uma poesia e sensibilidade únicos. Patrícia Selonk me fez pensar que era mesmo Cecília. A história de alguém que ficou para contá-la. Me emocionou muitíssimo devido às minhas questões interiores, que foram fomentadas demais por fatos pessoais, na minha casa. Fiquei muitíssimo tocada, muito sensível, me segurando pra não cair aos prantos a qualquer minuto.
De qualquer forma, se tivesse de escolher apenas uma para ver de novo, escolheria Rainhas. Não sei pq. Acho que tudo em Rainhas mexeu comigo. O visual, o texto, a disputa, a história. O FIT, neste ano, foi melhor do que no ano passado. As peças me desinstalaram mais, me fizeram pensar mais na vida. Como se eu já não fizesse isso o suficiente para viver em crise!!! Mas está valendo. Estou sem inspiração para escrever. O momento não é o melhor para isso. Não publicamente! Ah, na foto, a moça sorrindo é a Patrícia Selonk. Não sei o nome das outras atrizes...
sexta-feira, 24 de julho de 2009
Quase o fim
Pena que acabaram:
- Rainha[(s)], Duas Atrizes em Busca de um Coração – não consigo parar de pensar nesse espetáculo. Que lindas a Isabel Teixeira e a Georgette Fadel. Lindas! Já fui pra essa peça muito desarmada, pois escrevi sobre ela depois de conversar com a Isabel. A simpatia encarnada, essa moça! O texto, a atuação, o visual, a música, o drama e o humor. Tudo muito bem encaixado, bem trabalhado. Coisa linda! Inesquecível!
- In on It – Bem legal tb. Meio emburrada com o Henrique Diaz. Mas “pequeninices” à parte, os dois estão ótimos. Emílio de Mello impecável! Muito legal como as histórias se costuram.
- Tercer Cuerpo – Fora o sotaque argentino que é um trem estranho, os cinco atores conseguiram me passar a sensação estranha do terceiro corpo, do questionamento de “como as outras pessoas fazem?”.
Não foram ruins, não foram ótimas:
- Falecida Vapt Vupt – O texto é muito legal, os atores bons também. Mas a música constante ao fundo “Alegria...” e o barulho dos figurantes conversando no bar sem parar me atrapalharam um bocado. Cansativo por ter de me concentrar demais. Talvez, se eu já não estivesse carregando o cansaço do trabalho eu teria aproveitado melhor.
- Apropriação – Legal. Os atores muito bons. Foi bem investido o meu tempo.
- Esta Propriedade Está Condenada – fiquei encantada com a atuação de Susana Ribeiro e Pedro Henrique Monteiro. Mas o espaço não foi legal com eles. Começou e acabou muito rápido e a correria atrás deles pelo quintal impediu um pouco que eu aproveitasse a peça.
terça-feira, 21 de julho de 2009
Uma falta de tempo incrível
- Comunicação a uma academia com Juliana Galdino: texto complexo, eu achei que não ia conseguir gostar (afinal de contas sou tão profunda quanto um pires). Mas ela dá um show de interpretação (não à toa foi indicada ao Shell com essa apresentação), incorpora um macaco, um homem, uma entidade! Bom início de festival
- Caminho para Meca – Cleyde Yáconis um show à parte. Essa peça teve um gosto bom. Eu tinha muitas expectativas, pois conversei com a atriz pra capa do jornal de domingo. Linda, dá vontade de ficar conversando, levar pra casa! A peça maravilhosa, envolvente e de uma singeleza indescritível.
- Neva – A interpretação dos chilenos me deixou sem respirar em alguns momentos. Coisa de outro mundo! Simplesmente fantástico. Tipo de peça que faz a gente sair do teatro com um silêncio de admiração, respeito e indagação: “putz, quem eu penso que sou, o que eu penso que estou fazendo da vida, pra onde é que eu acho que estou indo?”
Não veria de novo:
- Silêncio dos amantes - visual bacana, mas não gostei das interpretações e tem drama demais. Trabalho com texto de autoajuda todos os dias, não precisava ver isso no palco.
- Senhora dos Afogados (Núcleo Experimental) - como assisti à apresentação montada pelo Antunes, no ano passado, tinha uma comparação desleal. O texto, por si, já é complexo, exige interpretação muito boa, o que não é o caso desse grupo. As músicas não me convenceram, assim como os atores, a Moema e todo mundo. A ressalva são as duas músicas interpretadas pelo grupo todo: ficaram boas. E só.
- Crônica de José Agarrotado: Nil. Nil é nada. Uma coisa diferente, mas não iria se soubesse que era assim. Não tem explicação. Um trem que me fez entrar e sair do mesmo jeito do teatro.
Coluna do meio:
- A Margem: quando começou, pensei: o que estou fazendo aqui, minha gente? Mas ganha espaço pela graça com que se faz referência à arte. Principalmente, quando remete ao cinema. Muito bonito e sensível. Talvez veria novamente partes isoladas.
Na foto, estão Jorge Becker, Trinidad González e Paula Zúñiga, em Neva. E é isso! Hoje, tem “Esta Propriedade Está Condenada”, da Cia dos Atores. Expectativa grande.
domingo, 12 de julho de 2009
Só pra reforçar...
Descobri essa semana que um bom círculo de amizade é capaz de fazer nascer neurônios e melhorar as sinapses! E tem gente que defende só a prática de atividades físicas... Meus amigos me fazem alguém com cada vez mais massa cinzenta!
p.s.: o FIT chegando aumenta a expectativa do encontro. O telefone que toca na madrugada também faz a gente ser mais grata por ter amigos.
sexta-feira, 10 de julho de 2009
Tênis nos pés errados
Hoje reparei em pequenas coisas. E estou lamentando profundamente por isso: gastei a música certa com o amor errado. Que pena! Hoje, esse é o meu maior lamento. Não lamento o chão que faltou, isso me fez aprender a voar. Não lamento os castelos que desmoronaram, isso me ensinou a refazer. Não lamento as feridas, elas me deixaram mais sensível e madura. Mas a música... Ah, era a música certa.
Eu poderia ter investido tudo (como fiz e isso é perdoável!). Eu poderia ter investido todos os meus sonhos, eles são recicláveis. Minhas emoções, elas são autocuráveis. Meu amor, ele se multiplica. Mas a música... Ah, a música já estava pronta, não tem como mudar.
Se eu tivesse de chorar hj pelo que passou, choraria pela música. Era minha, eu não tinha nada de dá-la a ninguém. Podia ter entregue a possibilidade de ser feliz, podia ter entregue meus amigos (eles serão sempre meus!), meus pais, até o meu cachorro. Mas a música nunca mais vai ser só minha. E isso é lamentável. Pq só eu sei dar a ela o valor que acredito real.
Não entrego mais minhas músicas. Tudo o mais é recuperável, reciclável e pode ser refeito com muito mais grandeza. Mas música... Ah, música não tem jeito. Hoje, lamento pela música e não há melodia que me console...
quarta-feira, 8 de julho de 2009
Palavra de canalha
Li esse texto no livro "Canalha!", de Fabrício Carpinejar (que se pode conhecer melhor aqui. Vale a pena). Ele conseguiu pegar a essência da coisa... Gi, esse vai especialmente pra vc! E vc sabe o porquê!!
Não me apresente aos amigos
Amor não é caridade nem filantropia. O que ofende a solidão é alguma amiga chegar e comentar: “Tenho um amigo pra te apresentar”. Ela não está consultando sua opinião, não pede uma resposta, já marcou o encontro e a descreveu ao pretendente. O panorama recrudesce se o programa não é a dois, mas assistido, com a participação de outros casais a narrar, comentar e fazer “hola” a cada aproximação. Desde quando solteira é atração de circo?
“Tenho um amigo pra te apresentar” é a frase mais escabrosa que se pode ouvir. Uma forma de chamá-la indiretamente de encalhada. Mais agradável designa-la gorda. A amiga se julga uma Madre Teresa de Calcutá, distribuindo riquezas aos pobres e diminuindo a desigualdade. Deseja ajudar, mas, no fundo, atrapalha. Em nenhum momento, cogita a hipótese de que se está muito bem sozinha.
Pelo fato dela estar com namorado ou casada, não suporta que alguém esteja solteira. Quer exterminar as solteiras da cidade, pois não é suficiente casar; o mundo tem de casar junto com ela para não se arrepender ou questionar sua rotina.
A solidão é também uma escolha. Infelizmente, em nossa cultura casamenteira, é filtrada como uma inabilidade em encontrar uma cara-metade, é vista como incompetência amorosa.
Quando se escuta “tenho um amigo pra te apresentar”, lamenta-se não ser avestruz ou toupeira para se esconder em um buraco. Perderá o controle da própria vida, a pose, o orgulho, o luxo da iniciativa. Ela inicia uma campanha de mobilização, em que todos saberão que está disponível. Lança-se um pedido de socorro, e a pretensa afogada toma sol na areia. Com a fragilidade escancarada, vexame é pouco, será difamada nos almoços familiares.
“Tenho um amigo pra te apresentar” indica, ao mesmo tempo, que não desfruta de condições para conseguir sozinha e pelos seus méritos uma paixão. Sua independência é confundida com carência, seu apartamento, com oferta do Sine (Sistema Nacional de Emprego).
Amor encomendado nunca funcionou. Como fazer render um encontro em que a expectativa mínima é a de namoro e a máxima de um casamento? Amor surge ao léu, de imprevisto, sem nenhuma preparação psicológica e pesquisas de opinião. Não se passa por teste vocacional, o amor pode contrariar a carreira.