sábado, 27 de setembro de 2008

O poema de Abril

Acabo de assistir pela segunda vez ao filme “Abril despedaçado”. Com a minha história hoje percebo que é um filme sobre como mudar as realidades às quais estamos condenados. No início do filme, Tonho é sentenciado: você já amou? Nunca vai amar porque já está morto!
Contra essa sentença, Tonho não apenas ama! É amado, transcende, se alegra. Contra o sistema que faz os bois rodarem mesmo livres, Tonho consegue vencer. Não sozinho, é claro. Ninguém vence uma sentença de morte sozinho. Mas apenas pelo amor. Amor desinteressado do Minino.
A poética aparentemente despretenciosa de “Abril despedaçado” quer levar além. Levar pra ver o mar. Levar para os sonhos mais improváveis. Contra si, contra o sistema, contra a morte anunciada. É uma poética de esperança. Uma poética do inesperado da vida que rompe com as sentenças e leva para o nunca até então imaginado. É sobre quando a morte certa desperta para a vida verdadeira. "A gente é que nem os bois – roda, roda, e não sai do lugar" - Minino.

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