segunda-feira, 15 de junho de 2009

Voluntariamente

Pouco a pouco, as engrenagens me calam. Silenciam o que demorou tanto tempo para ganhar voz. E eu vejo. Me entristeço. Mas deixo. Não há espaço para resistência entre os envelopes das contas que se acumulam sobre a mesa da cozinha.
Não me sai da cabeça esse grito de Maiakovski:


"Na primeira noite, eles aproximam-se
e colhem uma flor do nosso jardim.
E não dizemos nada.
Na segunda noite, já não se escondem
pisam flores, matam o nosso cão
E não dizemos nada.
Até que um dia, o mais frágil deles
entra sozinho em nossa casa
rouba-nos a lua
e, conhecendo o nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta.
E porque não dissemos nada
já não podemos dizer nada."

Um comentário:

Fabiana Martins disse...

Oi Ariii...
Adorei a definição das Pedras de Mosaico!!!
Me identifico com seu blog, acredito que a maneira de interpretação é sempre dos olhos do leitor e nunca de quem escreve. Pensamento e compreensão são sempre brinquedinhos surpresas nos ovos de páscoa.
bju Fabi