quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

De volta para o futuro

Estávamos todos ali. Pudera, o momento era mais que especial. Esperado há sete anos. Era a ordenação sacerdotal do Cris. Confesso que nunca achei que ela fosse acontecer, nem tanto por pensar que ele não tivesse vocação para ser padre, mas por parecer algo realmente muito estranho um amigo tornar-se padre. Quantos amigos você tem que estudaram sete anos e depois se tornaram padres?
Encontrar todo mundo me deixou tão perdida que consegui ficar perto deles muito pouco. Não sei se pela dificuldade em encarar que tudo já havia passado ou por perceber que a vida de muitos está arranjada e a minha ainda está em suspenso, em muitos aspectos.
De qualquer maneira, parecia que tinha viajado ao passado. Foi incrível abraçar pessoas que eu amo, amei... Que talvez nunca mais ame como amei. Outras que sei que nunca vou deixar de amar como amei.
No passado, pensei no futuro. Futuro como a realidade que vivo hoje. De uma maneira, esse é o futuro que eu pensava que teria quando estudava: um trabalho legal, com um apartamento bacana, em uma cidade que eu amo... Pensei que um dia isso aqui vai ser o passado. E a sensação que eu viverei ao encontrar (se encontrar!) as pessoas que convivem comigo hoje será semelhante à que experimentei com aquelas pessoas que ajudaram a construir a minha história. Ou não.
A realidade é que o que vivemos em Bauru foi alguma coisa tão sobrenatural que reencontrar algumas pessoas, por mais que seja alegre, vai ser sempre frustrante. Pq, em muitos casos, o que havia de sobrenatural não existe mais. Não pq o sobrenatural não existe, mas pq deixamos de viver aquela realidade específica.
Vish, que rolo. A verdade é que ficou um gosto de não-sei-o-que na boca e na memória. Uma vontade de que nunca tivesse passado. Misturado a uma gratidão imensa pelo que foi. E pelo que tem sido e ainda vai ser. A vida é tão passageira...

2 comentários:

Anônimo disse...

Vc resumiu bem: ficou um super gosto de não-sei-o-q... Chorei mto e dpois fiquei pensando em tudo... Tudo passa mesmo.

Almir disse...

Pela primeira vez vi alguém descrever o gosto de não sei o quê tão detalhadamente. De vez em qdo o sinto tb mas não sabia explicar o que era. E a vida continua...