terça-feira, 19 de maio de 2009

Circense

Enquanto o homem sobrevoava o picadeiro, aquele brilho nos olhos me prendeu. Era mais ousado do que as acrobacias. Era mais cativante do que qualquer domador de feras. A boca entreaberta de espanto e encantamento elevava muito mais do que qualquer coelho tirado da cartola. O sorriso puro e sincero era o maior salário que qualquer palhaço poderia buscar pelas suas andanças incansáveis. Meu coração repousou ali. As palmas animadas me elevaram. Que o circo sobreviva ainda por muito tempo. Meu menino ainda há de se encantar com as lonas coloridas e ter o coração embalado de sonhos pelos trapezistas no céu.

2 comentários:

Anônimo disse...

li um poema hoje (hoje, acredita?) que tem a ver com esse post. foi no www.cronopios.com.br, autoria do Pipol:

'Quando o trapezista manda
tirar a rede de proteção,
a Arte vai embora.

E nunca mais volta.'

Alexandre Gil disse...

li em um livro de sociologia que o que torna a civilizacao humana é a arte.
pensando bem, concordo!